Jongo do Tamandaré (Guaratinguetá – SP)

A Comunidade Jongo do Tamandaré fica localizada no bairro do Tamandaré, na cidade
de Guaratinguetá, interior do Estado de São Paulo. O grupo de Jongo é constituído por
quarenta pessoas do próprio bairro, com idades diversas. O grupo se reúne para
apresentações dentro e fora da cidade e também para a tão esperada festa que acontece
tradicionalmente entre junho e julho, integrando as festividades de algumas datas do
catolicismo popular: Santo Antônio, São João e São Pedro.
Importante lembrar que o ponto de encontro da festa é a casa da Sra. Angelina Martins
(Tia Fia), residente na Rua Tamandaré, rua principal do bairro. A casa da Tia Fia também
é o local onde são preparados os comes e bebes que são distribuídos durante a festa –
salve a canelinha! Para o início da Roda de Jongo é indispensável a presença da líder
espiritual – Maria José – Tia Mazé (irmã caçula da Tia Fia), que canta e encanta a roda
com sua afinada voz.
Sem sombra de dúvida o Jongo é o causador de alegres noites na vida de muitas famílias,
e o objetivo do grupo é agregar mais pessoas a esse movimento de manifestação artística
e cultural. Salve Tia Fia, Tia Mazé, Tógo, Dona Tó, Xina, Zé Carlos, Toninho, enfim a
todos os jongueiros velhos que foram e têm sido responsáveis por manter viva essa
tradição!


Eu vou abrir meu congo ê
Eu vou abrir meu congo á (2x)
Primeiro eu peço a licença
Pra rainha lá do mar
Pra saudar a povaria
Eu vou abrir meu congo ê.”


Sinto saudade de quem se foi (2x)
Saravá (minha mãe)
Na Aruanda
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


“Quando eu saí de lá de casa
Mamãe disse que eu não vinha
E pedi pra Canta Galo, sinhá morena
Visando Maria
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.” (Dona Tó)


“Mãe preta, mãe preta, mãe preta
Onde é que estás agora?
Sua morada é tão longe
É bem pertinho de Angola.” (Totonho)


“Eu saravo tambor grande
Eu saravo candongueiro
Eu também vou saravá
Aquele que cantou primeiro
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


“Ele foi embora, foi pra longe
Eu fiquei cantando, fiquei (i)maginando
Ele não vai voltar, ele não voltou
É que dessa vez de mim não se lembrou.” (Dona Tó)


“Quando eu saí lá de casa
Pedi licença pra dindá
Cheguei aqui no jongo
Peço licença pra entrar
Epa rei ia eia pa rei ia
Epa rei ia peço pra me ajudar
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


Ô Mãe África
Vem lembrar teu cativeiro (2x)
Ai como chora meu tambu, ai meu tambu
Como chora candongueiro, ai candongueiro
De tanto soluçar, soluçar, soluçar
Vai molhar o meu terreiro.”


“Saravá povo de congo,
Saravá negros bantus
Jongueiro pra ser bom,
Tem que saravá tambu.
Ilaiê.” (Togo)


“Sou neto de jongueiro
E não nego meu naturá
Esse ano aqui na festa
O meu vô quero alembrá.” (Jefinho)


“Saravá Zumbi, salve negra mina
Saravá Zumbi, salve negra mina
Vamos saravá negra Clementina.” (Togo)


“Oi abre a roda
Deixa a rolinha passear
Oi abre a roda
Deixa a rolinha passear, marica
Vira pra cá, oi
Vira pra cá, oi
Ah ilê deixa a rolinha passear
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


Meu cativeiro, meu cativeirá
Trabalha nego, não qué trabaiá (2x)
No meu tempo de cativeiro
Nego aparanhava de sinhô
E rezava à Santa Maria
Por liberdade meu pai Xangô. (Totonho)


“Salve Canaro Zumba
Salve todo povo de lá (bis)
salve jonguero de Aruanda
peço que venha me ajudá.” (Dona Tó)


“A morena me pediu, pediu
Laço de fita na cintura
Ela tem cordão de ouro
Laço de fita não atura.
‘le le le lê le le le lê le lêê...’ (4x)”


Iaiá brinque com ioiô
Ioiô brinque com iaiá (2x)
Mas não me tire a preta do congá, meu sinhô
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


“Oi tambu, oi tambu
Eu vou me embora pra bem longe
E levo comigo
Ah, esse som que bate forte em meu coração
Tin tin tin oi tambu
Tin tin tin tin tin tum.” (Totonho)


“Ô galo rosa, tenha dó do meu pená
Suas penas são douradas
Galo sereno
Tenho medo de molhar na ingoma
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.” (Togo)


“Eu mandei panhá laranja
E apanharam limão
Eu mandei fazê doce pra inhá morena
Esse doce é todo meu
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


“A volta que o mundo deu
A volta que o mundo dá
Quem não pode com mandinga
Não carrega patuá
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


“Eu não vou na sua casa
Pra você não ir na minha
Você tem a boca grande
Vai comer minha galinha.” (Totonho)


“Quando eu paguei pensão,
Oi, na casa da Rita
Quando peguei a bóia
Tinha o prêmio na marmita.” (Zé Carlos)


Galo gaieiro na beira do mar (2x)
Pedindo licença pra poder chegar
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


A moça tá usando sai lisa (2x)
Babado de renda
Ai na camisa (2x)
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


Foi na beira do mar
Que eu vi Ogum guerrear (2x)
Ele jurou bandeira
Ele tocou clarim
Com seu exército todo
Ele lutou por mim. (Totonho)


“Oi lá no céu relampeou
Chove chuva no telhado
Pinga ni mim oi pinga ni mim
(variação) Oi pinga pinga no telhado
Chove chuva eu quero vê.”


“No chiador não embarca mais ninguém
Embarca só Mariazinha
Mariazinha filha do chefe do trem
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


“Estrela guia por que chora noite e dia
Tá chorando sem parar
 A lua nova que clareia todo dia
Só que hoje não pode clarear
É dia de macumbambê
É dia de macumbambá
É dia de macumbambê
É dia de macumbambá.” (Totonho)


“O rio de campina
é danado prá correr
dentada de marimbondo
é danado prá doer.” (Zé Carlos)


“Assei um boi no fogão de cozinhar
do couro fiz a correia
fiz a correia, pus no fogo prá queimar.” (Zé Carlos)


“O que é aquilo papai
O que é aquilo mamãe
Que l´pa no céu vem clareando todo dia
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


“Engenho novo do Mané Lopes
Por que é que o engenho roda se não trabaia?
O café bão vai pra cidade
E o carreiro passa de banda
Laiê ilaiê...”


Vovó, pra que tu qué didá?
Óia que suncê oi já num sabe costurá (2x)
Eu já trouxe lá de casa
Agulha, linha e carreté
Foi encomendado de Angola
Veio na folhinha da Guiné.” (Totonho)


Vovó não quer casca de côco no terreiro (2x)
Porque lhe faz lembrar
 Faz lembrar do tempo do cativeiro.
Ilaiê, lalaiê, ilaiê,
Ilaiê, lalaiê, ilaiê, lalaiê
Ilaiê, lalaiê, ilaiê.” (Totonho)


Olha a fumaça do cachimbo da vovó (2x)
Oi tá fazendo sim
Oi tá fazendo, tá fazendo caracol
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


“27 de setembro (dia de Cosme e Damião) é um dia tão
bonito
criança come doce e ainda chupa pirulito.” (Zé Carlos)


“Segura o jongo minha senhora que eu quero ver
Você dançando jongo e depois o iêiêiê
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


“Ô linda, ponha os pés no chão pra andar
Ponha os pés no chão pra andar
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


“Ô lua nova nova que brilha lá no céu
A terra toda começa a clarear
Eu ajoelho e agradeço a Deus
Pra São Pedro e São João nos ajudar.” (Totonho)


“Bate, bate, coração pode bater
Não treme não, coração pára de tremer
Bate, bate coração
Que minha vida inda tem solução
Graças a Deus!” (Dona Tó)


“Ô jerê, ô jerê, ô jerê onde está o chorandê
Chorandê, onde está o chorandê
Quando o time a noite
Carlos bate sarabandê
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê
Sarabandê onde está chorandê
Quando o time a noite
Kalunga tá sarabandê
Ô jerê onde tá chorandê
Quando o time a noite
Kalunga tá sarabandê
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


“Oi tiraram o côco do meu coqueiro
Sacudiram o meu bambuá
Tiraram o côco do meu coqueiro
Deixaram lá no meu quintal
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.” (Totonho)


“Vamos seguir nessa linha
Aonde galo canta
Galinha faz corococó
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


Sai da linha lesma
Deixa o trem passar (2x)
Eu só quero ver lesma
Quando eu for pescar
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.” (Togo)


"Joguei meu chapéu pra cima, meu Deus do céu
Meu chapéu parou no ar,
Eu roguei Nossa Senhora,
Meu chapéu tornou voltar.''


“A Vera me pediu
sete ovo de gambá
a Vera tá maluca
Nunca vi gambá botá.” (Araci)


“Na minha casa
Todos são trabalhador
A aranha corta cana
Marimbondo é morredô.”


“Quem quer comprar (3x)
O que eu trouxe pra vender
Pra vender eu trouxe coisas bonitinhas
Marafa, cocadinha e azeite de dendê
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.” (Totonho)


“Oi varre sala
Varre cozinha
Tira cisco na peneirinha
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


“Eu plantei café de meia
Foi nascer canaviá
Café de meia não se dá, sinhá moça
Deixa a ingoma melhorar (3x)
Deixa a ingoma melhorar, ai meu Deus do céu
Deixa a ingoma melhorar.”


“O cruzeiro pegou fogo
Quero ver vela queimá
Quero ver vela queimá
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.”


“Meu cachorrinho foi no mato caçar
O que é que ele trouxe, boa sinhá
Boa sinhá, boa sinhá
O que é que ele trouxe, boa sinhá.”


“Acendi minhas candeias foi lá na areia
Pra Ogum sete ondas, linda sereia
Mas depois de sete noites de lua cheia
Minhas candeias tava acesa na areia
Ô Beira-Mar, nesse mar tem mironga vou mirongar
Ô Beira-Mar, nesse mar tem mironga vou mirongar. (Totonho)


“O galo Xina que brigou com o galo índio
E nessa briga foi sua pena que voou
Meu Deus do céu, mas que briga foi aquela
Eu enchi duas panela
Nenhum dos galos ganhou.” (Jefinho)


“Oi a lua clareou, clareou minha terreira
Mãe menininha quando desce a ladeira
Vai acender fogão de lenha
Mãe menininha do Gantoá
Abençoa seu filho, faz a ingoma serená.” (Totonho)


“Minha pele é cor morena
É cor de café caboclo
Eu moro na Serra Negra
Eu gosto de tudo um pouco
Eu gosto de andar sozinho
Pra não servir de estorvo
Quando chega a madrugada
Eu vou cuidar do meu boi no cocho.” (Totonho


“Boi barroso, boi barroso
Boi barroso que veio do Garruá
Faz sete anos que se foi
Ainda traz o carro no currá.” (Totonho)


“Cumpadre não mexa no meu côco
Cumpadre não mexa no meu côco
Ah, esse côco é de candongar
Já espalhei meu côco no terreiro
E meu boi ligeiro tá vindo saravá.” (Totonho)


“Saravá jongueiro velho
Que veio pra ensinar
Que Deus dê proteção pra jongueiro novo
Pro jongo não se acabar
Pro jongo não se acabar, pro jongo não se acabar
Que Deus dê proteção pra jongueiro novo
Pro jongo não se acabar.” (Jefinho)


“Oi balanceia dandã, balanceia
Oi balanceia dandã, balanceia
Oi balanceia dandã balanceado.
Ilaiê, ilaiê
Ilaiê, lalaiê ilaiê.” (Dona Tó)


“Nego, vai buscar meu vatapá
Meu cigarro, meu punhá
Eu vou sair pra trabaiá
Deixei enroscado na porteira
Minha redenga, meu laço de oito ponta.” (Totonho)


“Diz a lenda, sinhá
Pescador namora a lua
A lua que clareia a terra
A lua que clareia o mar
Perguntou a Janaína
Que também dele se lembrava.” (Totonho)


“Mataram meu gado mineiro
Naquela mata serrada
Mataram, jogaram n’água
Na beira do rio tinha uma besta amarrada.” (Totonho)


“Quem que curou curumba, quem que curou
Quem que curou curumba, quem que curou
Quem tava bom ficou doente,
Quem tava doente curou.” (Togo)


“Fala Tambu.
Soluça candongueiro,
Vou chamar o Galo Xina
Pra cantar nesse terreiro.” (Togo)


“Cascavel é minha cinta sim
Urutu meu cinturão por que
Eu faço cavalo e onça pra mim
E travesseiro de leão pra você.” (Togo)


“Meu pai carreiro
Me ensina a carrear
Candeeiro está bebendo
Não deixa o gado espaiá.” (Adelina)


“Carreiro bebe
O patrão mandou dizer
Candeeiro tá bebendo
Não ensine o boi beber.” (Togo)


 “O jongo tem minstério
Tem mironga também
Se quiseres brincar rapaziada
Com respeito faz bem.” (China)


“Clareou, clareou
Clareou um novo dia
Galo cantou, oi lá n’Angola
Anunciando um novo dia.” (Totonho)


“Eu vim cum Deus
Êh, pr'esse jongo
Eu vim cantando (bis)
Se divertino um poco
À Padroera eu vô rogando.”


Adeus adeus povaria
Eu vou me embora (2x)
Me diverti bastante
Senhor diz que está na hora
Ilaiê, ilaiê

Ilaiê, lalaiê ilaiê.” (Dona Tó)

3 comentários:

  1. oi eu sou a Erika e sou da comunidade do jongo , vocees precisam tomar cuidado com alguns pontos ,eles precisam ser corrigidos pois voces escutam e colocam oqe escutam , tem algumas letras que estao erradas. e se nao forem corrigidas o povo aprende a cantar errado , e depois pra ensinar o certo novamente fica dificil .

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá! Recebi de alguém da comunidade o texto com os pontos. Por favor, envie-nos quais são os erros que corrigiremos em seguida. Aguardo.
      Abraços

      Excluir
  2. Boa tarde!
    Meu nome é Emmerson Portela, de MG Belo Horizonte Sou músico,umbandista e congadeiro.
    Gostaria de saber onde consigo estas gravações
    Já agradeço!

    ResponderExcluir